No post anterior Conflitos ao redor do mundo – qual a sua resposta? abordei as atitudes para uma convivência saudável. Todo processo de transformação começa internamente e ao nos depararmos com conflitos do cotidiano, vemos quais atitudes estão interligadas a eles. O pensamento integrado considera todos aspectos que envolvem a violência, do mais simples ao mais complexo. Como fenômeno relacional, o modo de conduta relacionado à paz segue os valores humanos universais no combate à violência.
Crianças e adolescentes
Se uma criança vive com afeto, estímulo, bem alimentada e educada, cresce em ambiente de confiança e respeito com mais chances de escolhas. Porém, se não tiver condições adequadas emocionais e estruturais, se houver algum tipo de violência, a criança pode sentir-se vulnerável, sem rumo.
O sentimento de abandono e de não pertencimento, sem apoio da família e do sistema, pode levar à criança a uma situação de rua. E neste caso, o que existe é uma criança em situação de rua, o que não significa que ela deva ser taxada de ”menino de rua”. Essa circunstância carrega uma crença negativa que limita a reparação da criança no presente, além de comprometer o futuro que não mais lhe pertence.
Cidadania
Independente da profissão, idade, crença religiosa, posição partidária ou formação acadêmica, cada um pode cooperar para prevenir o problema na sua raiz. A cidadania pressupõe que pessoas e instituições assumam o compromisso com iniciativas de apoio a causas sociais para restaurar a dignidade e atender aqueles que mais necessitam.
Os efeitos dessa mudança de comportamento trarão impacto positivo na prevenção de problemas futuros, na harmonização das relações e na restauração da segurança.
Os temas envolvem erradicação da pobreza, vida digna pelo trabalho, crianças na escola primária, respeito a meninas e mulheres, combate a doenças e a danos ambientais, condição de progresso, entre outros.
Valores humanos – nova agenda universal
Nesta perspectiva, a ONU reuniu em setembro, em Nova York, os 150 líderes globais que aprovaram a nova extensão da agenda universal para os próximos 15 anos. Ficou estabelecido, até 2030, o plano de ações com 17 objetivos integrados e transformadores, que incluiu o legado do Manifesto 2000, realizado na ocasião do 50o Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O cerne da agenda universal é o desenvolvimento sustentável em que valores humanos são alinhados ao equilíbrio dinâmico em relação a: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria.
Pessoas
Objetivo: Combater a pobreza e a fome, compreender o potencial do outro, exercitar o diálogo e a escuta, sem pré-julgar, construindo confiança para despertar todo potencial humano na generosidade para melhoria da convivência.
Atitude: Estabelecer um convívio saudável baseado no respeito, confiança e generosidade e praticar a empatia para compreender como o outro se constitui respeitando as diferenças, com dignidade, dando condições a crianças e adultos condições de vida digna, sem fome, com direito à educação e amparo.
Planeta
Objetivo: Proteger o planeta e os recursos naturais que sustentam o ecossistema e a convivência de todos os seres vivos como sendo o equilíbrio central da vida e a extrema necessidade de cooperação para manutenção da existência humana espelhada pela ancestralidade.
Atitude: Respeitar a condição básica de proteção ao meio ambiente para manter o desenvolvimento sustentável em relação à natureza, com atenção à mudança climática para preservação de recursos naturais e sobrevivência de gerações presentes e futuras.
Prosperidade
Objetivo: Sentido de plena realização pessoal e vida próspera em que igualdade e harmonia entre homens e mulheres em relação ao progresso econômico, social e tecnológico, com respeito a diversidade.
Atitude: Respeitar o pensar diverso sem imposição de crenças e ideias que limitam o cerne cultural, sem preconceito de gênero, credo ou raça para que haja mais riqueza na construção da riqueza das relações.
Paz
Objetivo: Construir uma estrutura social e dotar as crianças e os adultos de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade.
Atitude: Refletir sobre tensões sociais e desordens para ter habilidades de rejeitar a violência em todas as formas, desarmar as mentes violentas e armas reconhecendo a dimensão do poder do perdão e da restauração da dignidade, com respaldo de uma justiça mais humanizada.
Parceria
Objetivo: Revitalizar a parceria como centro do processo de convivência global, solidariedade e esperança para os pobres ou em situação de vulnerabilidade e combate ao autoritarismo, racismo e separatismo.
Atitude: Harmonizar ambientes, cultivar relações saudáveis e fortalecer a inclusão de todas as partes, considerando a compaixão e a empatia como formas de se colocar no lugar do outro e cooperar para o bem estar comum, num movimento de respeito e colaboração.
Sites
Palas Athena; http://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/; Unesco
Alguns Livros que inspiram
- Estudos da Paz Unesco/Universidade Innsbruck – Wolfang Dietrich
- Tempo de Paz – Mihail Gorbachev
- Gandhi – Minha Vida e minhas experiências com a verdade – Louis Fisher
- Transformação de conflitos através de cultura – Jean Paul Lederach

Santista, apaixonada pela natureza, fiz Jornalismo e curso de Informação e Comunicação na Universidade Paris VIII, em São Paulo,18 anos no Corporativo, Pós-graduação em Administração de Marketing, conduzi lançamento e ativação de marcas (Ogilvy, Accor, Phytoervas, Unibanco Instituto de Ensino Sirio Libanes e Santander). Empreendedora desde 2012, atuo para o Desenvolvimento humano e Organizacional, consultivamente e em design e facilitação em Diálogo, Transformação de conflitos, Linguagem e Expressão. Entre 2015/2016 me formei pela Palas Athena em Cultura de Paz e Dinâmicas de Convivência”, sou co-fundadora de A casa do sim.
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